“Eu comecei a fumar maconha na gestação para tratar síndrome do pânico e me livrar dos enjoos”, afirma mãe

O nome verdadeiro não será revelado para preservar sua identidade, por isso, nesta reportagem, o nome  fictício da paciente será Gabriela. “Eu sempre fui criticada por fumar maconha grávida”, relatou a mulher de 32 que espera pelo 4º filho. Moradora da cidade de Guaianases, no interior de São Paulo, Gabriela contou que, durante a gravidez do filho de 1 ano e 6 meses, buscou auxílio na rede pública de saúde do município, porém, afirmou que o caso dela não foi compreendido pelos médicos.

“No posto de saúde, os médicos não aceitavam a ideia de eu fumar maconha durante a gestação. Eles me indicaram um psiquiatra que também não aceitava”, disse.

Gabriela tornou-se adepta ao uso adulto da cannabis há seis anos. Segundo ela, o motivo foi controlar a síndrome do pânico desenvolvida durante a gestação da filha de 10 anos.

“Na gravidez, eu tomava remédio de uso controlado, conhecido como tarja preta, e alguns dos efeitos colaterais desencadearam em mim a síndrome de ansiedade e depressão, sintomas que eu nunca havia sentido antes”, compartilhou.

Gabriela está no terceiro mês de gestação do 4º filho e é diagnosticada emese gravídica. Por causa do problema, ela lembra que teve fortes crises de náuseas e vômitos nos nove meses da gestação anterior. Além disso, também relata muita salivação, e o alívio só vem após o consumo da maconha prensada ou skunk (a flor da erva).

“Eu tenho medo disso fazer mal para o bebê. Porém, o meu avílio só vem com o consumo. Porém, o skunk é mais caro, por isso, normalmente, chego a fumar dois cigarros de maconha nos intervalos das refeições durante o dia, e isso traz alívios para os meus enjoos e corta a salivação por cerca de duas horas”.

O desejo de Gabriela é conseguir ter acesso aos tratamentos naturais, porém, não tem condições de consultar um médico prescritor para começar a usar o óleo de canabidiol. “Eu não tenho condições financeiras e não sei como conseguir por meio judicial, que também pode demorar”.

Segundo a ginecologista Mariana Prado, o THC (tetrahidrocanabinol), substância psicoativa presente na planta, é contraindicado na gestação porque pode comprometer o desenvolvimento do sistema neurológico.

“O uso adulto da cannabis na gestação causa alterações no feto, principalmente neurológicas e distúrbio de crescimento. Isso tem que ser digno de nota e precisa ser falado quando o assunto é o uso da cannabis na gestação”, afirmou.

Sechat

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