Cannabis medicinal é tema de encontro de primeira-dama com ativistas do Alemão (RJ)

O Complexo do Alemão, bairro que abriga um dos maiores conjuntos de favelas da zona norte do Rio de Janeiro, recebeu a visita da primeira-dama Janja e da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que estiveram presentes para o “Encontro de Mulheres Ativistas com Janja no Alemão”, na última sexta-feira (10), evento que reuniu líderes de projetos sociais que funcionam dentro da comunidade.

Um destes projetos é o NEEM (Núcleo de Estimulação Estrela de Maria), representado pela fundadora Rafaela França, mãe de paciente autista que faz uso medicinal de cannabis. No discurso, Rafaela reforça à primeira-dama a necessidade de um olhar mais humano por parte do governo para as pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade social.

A líder do NEEM destaca também a importância do uso medicinal da cannabis, popularmente conhecida como maconha, para as mais de 350 crianças atendidas pela ONG.

“Maconha diminui o encarceramento e as questões de segurança pública no país e ainda salva vidas. É uma favelada falando da planta para a primeira dama”, salienta Rafaela.

No encontro, Janja falou que não tem a vivência de favela, mas que vai se empenhar sobre as causas apresentadas e que quer conhecer mais sobre o projeto que aborda cannabis e autismo.

O que é o NEEM?

Núcleo de Estimulação Estrela de Maria (NEEM) – Nasceu em 2022 dentro do Complexo do Alemão, uma das maiores e mais violentas favelas do Brasil e do mundo. Rafaela França é mãe da Maria, que foi diagnosticada com autismo aos três anos de idade. Ao invés de buscar tratamentos convencionais, Rafaela optou por cuidar da filha com medicamentos à base de cannabis, priorizando compostos naturais e prezando pela saúde da criança. A partir das evoluções da Maria, a mãe decidiu lutar pelo acesso ao tratamento com cannabis para outras famílias atípicas do morro.

Assim surgiu  o NEEM, que hoje faz acolhimento às famílias, apoia com consultas médicas gratuitas, doação de medicamentos à base de cannabis por meio de uma empresa parceira, presta apoio odontológico para as crianças, encontros com psicólogos e psiquiatras para mães e filhos, acompanhamento nutricional das famílias, geração de renda para as mães atípicas, dentre outras atividades.

Além de cuidar da qualidade de vida dessas famílias, a associação sem fins lucrativos também assume um importante papel de diálogo com os equipamentos de saúde pública como o SUS e suas clínicas da saúde, a Fiocruz e a UFRJ.

Recentemente, o projeto foi pauta no Jornal Nacional e está arrecadando doações para a ampliação e restauração da nova sede. Para mais informações ou realizar doações acesse o link:

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