Piauí faz pesquisa para produzir canabidiol, medicamento à base de maconha
Pesquisadores e médicos neurologistas das Universidades Estadual (Uespi) e Federal do Piauí (UFPI) e do Centro de Integrado de Reabilitação (Ceir) estão trabalhando na produção local do canabidiol, medicamento feito a partir da planta da maconha, Cannabis Sativa, que atua no sistema nervoso central, ajudando a tratar doenças psiquiátricas ou neurodegenerativas, como esquizofrenia, mal de Parkinson, epilepsia ou ansiedade, por exemplo.
Um dos pesquisadores envolvidos no estudo, o médico Kelson James Almeida, diretor clínico do Ceir, afirma que existe, sim, a possibilidade de produção do medicamento no Piauí. Mas ele não pôde dar mais detalhes do estudo ou processo de produção em razão de regras éticas.
No entanto, Kelson Almeida disse que o foco do estudo é para que o medicamento – que se apresenta em forma de óleo – tenha somente o princípio ativo destinado ao tratamento das doenças neurológicas ou psíquicas.
A segurança na formulação de um medicamento puro é necessária porque o canabidiol (CBD) é uma entre 113 substâncias químicas canabinoides encontradas na maconha (Cannabis sativa), mas que ainda assim se constitui grande parte da planta, chegando a representar mais de 40% de seus extratos.
A pesquisa médica local para produção do canabidiol foi autorizada pelo governador do Estado, Wellington Dias. Deverá seguir rígidos padrões de biossegurança.
Hoje, o custo do produto importado é elevado demais para muitas famílias que precisam dele para tratamento de pessoas com necessidade do medicamento.
De acordo com as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que liberou a venda do medicamento, produtos derivados dele poderão ser comercializados com uma concentração de, no máximo, 30 mg de tetrahidrocannabinol ou canabidiol por mililitro. Os produtos que tiverem concentração maior do que a estabelecida continuam proibidos no País.
A Anvisa incluiu no dia 22 de outubro do ano passado os derivados da canabidiol na lista de substâncias psicotrópicas vendidas no Brasil com receita do tipo A, específica para entorpecentes.
A norma acrescenta sete produtos à base de Canabidiol, em associação com outros canabinóides, mais comumente solicitados à agência, para importação excepcional por pessoa física. Dessa forma, o procedimento de avaliação e liberação se tornará mais ágil.